O CONAD – CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS (ÓRGÃO FEDERAL DO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL) – DELIBERA QUE A AYAHUASCA, BEBIDA SAGRADA DE TRADIÇÃO XAMÂNICA, É UMA SUBSTÂNCIA INOFENCIVA A SAÚDE, QUE SUA FARMACOLOGIA É OBJETO DE ESTUDOS INTERNACIONAIS, DE TAL FORMA QUE A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU – POSSUI PARACER FAVORÁVEL A AYAHUASCA.
ESTAS SÃO INFORMAÇÕES CONTIDAS NA RESOLUÇÃO DO CONAD DO DIA 25 DE JANEIRO DE 2010 PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO – D.O.U. – NO DIA SEGUINTE. A RESOLUÇÃO AINDA AFIRMA QUE O RITO DE COMUNHÃO DA AYAHUASCA SE CONSTITUI COM UM LEGÍTIMO ATO DE FÉ NO TERRITÓRIO NACIONAL.
ESTA RESOLUÇÃO É UMA RATIFICAÇÃO DA RESOLUÇÃO DO CONAD DO DIA 04 DE NOVEMBRO DE 2004 E AINDA A APROVAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL DO GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO – G.M.T. – DE 2006, OU SEJA, NESTA SEMANA O CONAD CONSOLIDOU AS DELIBERAÇÕES ANTERIORES SOBRE A AYAHUASCA, NADA MAIS E NADA MENOS, ALÉM DE CITAR A DECISÃO DA O.N.U.
Ayahuasca é uma bebida ancestral sem registros de sua descoberta. Há evidências arqueológicas, através de potes e desenhos, que levam a crer que o uso do chá era conhecido entre os povos do nosso continente pelo menos há 2.000 A.C. O primeiro registro oficial é datado de 1851, através do botânico Richard Spruce, famoso por um estudo minucioso da flora e fauna amazônica.
RESOLUÇÃO DO CONAD
Diário Oficial da União, Edição 214, Seção 1, 08/11/2004, pg. 8
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL
CONSELHO NACIONAL ANTIDROGAS
RESOLUÇÃO Nº 4-CONAD, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2004
Dispõe sobre o uso religioso e sobre a pesquisa da Ayahuasca
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL ANTIDROGAS – CONAD, no uso de suas atribuições legais, observando, especialmente, o que prevê o art. 6° do Regimento Interno do CONAD; e CONSIDERANDO que o plenário do CONAD aprovou, em reunião realizada no dia 17 de agosto de 2004, o parecer da Câmara de Assessoramento Técnico-Científico que, por seu turno, reconhece a legitimidade, juridicamente, do uso religioso da Ayahuasca, e que o processo de legitimação iniciou-se, há mais de dezoito anos, com a suspensão provisória das espécies vegetais que a compõem, das listas da Divisão de Medicamentos DIMED, por Resolução do Conselho Federal de Entorpecentes – CONFEN, n° 06, de 04 de fevereiro de 1986, suspensão essa que tornou-se definitiva, com base em pareceres de 1987 e 1992, indicados em ata do CONFEN, publicada no D.O. de 24 de agosto de 1992, sendo os subseqüentes considerandos baseados na já referida decisão do CONAD.
RESOLVE:
Art. 1º Fica instituído GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO para levantamento e acompanhamento do uso religioso da Ayahuasca, bem como para a pesquisa de sua utilização terapêutica, em caráter experimental.
Art. 2º O G RUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO será composto por seis membros, indicados pelo CONAD, das áreas que atendam, entre outros, aos seguintes aspectos: antropológico, farmacológico/bioquímico, social, psicológico, psiquiátrico e jurídico. Além disso, o grupo será integrado por mais seis membros, convidados pelo CONAD, representantes dos grupos religiosos, usuários da Ayahuasca.
A AYAHUASCA NO BRASIL
A bebida também é conhecida por Yagé, Hoasca, Vegetal, Daime, “O Vinho da Alma”, entre outros. Apesar da riqueza cultural que contém tal bebida, ela ainda é desconhecida para a maioria dos brasileiros. Foi com o Santo Daime (onde ela foi rebatizada para “Daime”) que a Ayahuasca ficou um pouco mais conhecida, através de Raimundo Irineu Serra, fundador da religião. Seringueiro, “Mestre Irineu” como é conhecido por seus adeptos, viveu no estado do Acre a maior parte de sua vida na localidade denominada Alto Santo. Ministrou rituais com a bebida até a sua morte, em seis de julho de 1971, sem deixar sucessor, mas a doutrina manteve-se com seus seguidores.
Nas últimas décadas, com a expansão do uso ritualístico da Ayahuasca para além das fronteiras da floresta amazônica, as doutrinas que fazem uso do chá ganharam mais adeptos em todo o Brasil, sendo elas: o Santo Daime, a União do Vegetal e a Barquinha.
Mais recentemente, foi enviado no dia 30/04/08 para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo ex-ministro Gilberto Gil o pedido de reconhecimento do uso do chá Ayahuasca em rituais religiosos como patrimônio imaterial da cultura brasileira, que está em tramite.
AYAHUASCA O que é ?
É a mais completa das plantas de poder instrutoras, pode nos
levar a grandes transformações, permitindo o acesso à nossa verdadeira essência
e às capacidades que desconhecemos. O grande benefício da ayahuasca é que ela
dissolve os limites da mente inconsciente, desbloqueia, desfaz as barreiras
culturais impostas pela forma com que fomos criados e liberta conteúdos
reprimidos e esquecidos por nós. Ela cria um acesso ao nosso Eu interior, de
onde se origina uma gama enorme de conhecimentos e conscientizações. É,
literalmente, um processo de auto-descobrimento. Muito além da teoria, é na
vivência que encontramos a verdade.
Benefícios da Expansão da Consciência com o uso ritualizado
da ayahuasca: Alinhamento e abertura dos chacras (retirada de bloqueios emocionais
e energéticos) e acesso a conhecimentos. Existem muitas técnicas e rituais para
se chegar aos estados mais profundos da consciência, como tambores, danças,
jejuns, respirações, posturas corporais, etc. Com o uso de ayahuasca esse
caminho é rápido. A ayahuasca abre os chacras, expande a consciência e, com
maior consciência, passamos a agir. Com mais velocidade ocorre o nosso
crescimento espiritual e, conseqüentemente todo o resto pode ocorrer:
crescimento material, profissional e tudo o mais que desejamos em nossa vida.
A utilização da ayahuasca não pode ser mal interpretada:
deve ser revestida de toda seriedade e respeito, além de sérias intenções.
Muitos pensam que, pelo fato de terem tido experiências maravilhosas, já
obtiveram as respostas e foram de alguma maneira transformados. Em alguns
aspectos simples realmente o foram, mas, na realidade, existem muitas camadas
de condicionamento e ignorância a separar a mente superficial do eu verdadeiro.
A ayahuasca, assim como tantas outras plantas chamadas instrutoras, podem nos levar a grandes transformações, permitindo o acesso à nossa essência e às capacidades que desconhecemos. No entanto, é necessário manter concentração e seriedade, persistência e comprometimento no sentido de mudar e realmente remover velhos hábitos, que tendem a reaparecer. A mudança requer trabalho duro e esforço. Muitas vezes, a experiência transforma, outras vezes mostra o possível, aponta o caminho, mas a responsabilidade de implementar as mudanças, assim como os méritos, é de cada um, do seu esforço pessoal, do seu empenho. A busca deve ser honesta e firme. Ninguém deve participar de uma experiência destas sem objetivos definidos. É preciso coragem para olhar o que se apresenta, humildade de admitir suas falhas quando se tornam aparentes e, principalmente, ter a determinação de mudar seus comportamentos em função do que se revela.
A ayahuasca, assim como tantas outras plantas chamadas instrutoras, podem nos levar a grandes transformações, permitindo o acesso à nossa essência e às capacidades que desconhecemos. No entanto, é necessário manter concentração e seriedade, persistência e comprometimento no sentido de mudar e realmente remover velhos hábitos, que tendem a reaparecer. A mudança requer trabalho duro e esforço. Muitas vezes, a experiência transforma, outras vezes mostra o possível, aponta o caminho, mas a responsabilidade de implementar as mudanças, assim como os méritos, é de cada um, do seu esforço pessoal, do seu empenho. A busca deve ser honesta e firme. Ninguém deve participar de uma experiência destas sem objetivos definidos. É preciso coragem para olhar o que se apresenta, humildade de admitir suas falhas quando se tornam aparentes e, principalmente, ter a determinação de mudar seus comportamentos em função do que se revela.
O grande benefício da Ayahuasca, trazido até nós
pelas sociedades indígenas, é que ela dissolve os limites da mente
inconsciente, desbloqueia, desfaz as barreiras culturais impostas pela forma
com que fomos criados e dá acesso a conteúdos reprimidos e esquecidos por nós.
Ela possibilita o reconhecimento das configurações universais da psique, os
arquétipos da humanidade, junto com um leque mais abrangente de conhecimentos e
maneiras de conscientizar. Nossa eterna gratidão ao Mestre Raimundo Irineu
Serra, responsável por trazer ao homem branco esta divina bebida
Informações Científicas:
Ayahuasca é o líquido resultante da decocção de duas plantas de poder: o Jagube
(Banisteriopsis caapi), que é um cipó, e a Chacrona ou Rainha da Floresta
(Psycotria viridis), que é um arbusto. Um dos componentes da Ayahuasca é o
Dimetiltriptamina ou simplesmente DMT. Uma substância que contenha DMT, para
ser enquadrada como droga, dentro das leis científicas atuais, precisa conter 2
% de DMT. No caso da ayahuasca, esse percentual é 0,02 %, ou seja, 100 vezes
menor do que a taxa mínima necessária para que a substância seja classificada
como droga. Pesquisas de cunho científico, realizadas por grandes autoridades
mundiais em toxicologia, etnobotânica, psiquiatria e psicofarmacologia, como os
Drs.RICK STRASSMAN e CHARLES GROBB, comprovaram que a ayahuasca não é uma
droga, não entorpece, não causa qualquer padrão de dependência, abuso, overdose
ou síndrome de abstinência, e que, principalmente, não foi observado o
surgimento de qualquer tipo de distúrbio mental posteriormente ao uso da
ayahuasca. Nessa pesquisa, também foi constatado que a dose letal da ayahuasca
(quantidade a ser ingerida por um organismo para que ocorra o risco de óbito) é
de 7,8 litros, muito próximo à dose letal da água, que é de 10 litros; embora
seja impossível uma pessoa ingerir 1 litro que seja de uma só vez. Quanto aos
testes psiquiátricos, foram aplicados aqueles recomendados pela ortodoxia
cientifica: o CIDl (Composite International Diagnostic Interview) com os
critérios do CID 10 e DSM IIIR. c o TPQ (Tridimensional Personality Questionnaire).
Constatou-se sobre os dois grupos separados para esta pesquisa científica
(grupo dos “usuários de ayahuasca ” e grupo dos ” não usuários de ayahuasca “)
que: Os integrantes do grupo usuário de ayahuasca, em relação ao grupo de não
usuários, mostravam-se mais reflexivos, resistentes, leais, estóicos, calmos,
frugais, ordeiros e persistentes, além de mais confiantes, otimistas,
desinibidos, despreocupados, dispostos e enérgicos. Exibiram também alegria,
determinação e confiança elevada em si mesmo.


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